"Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
como nossos pais"
Belchior, Elis Regina -"Como Nossos Pais"
E as espadas se cruzam sobre nossas cabeças, dragões, cavaleiros, longas tranças nas cabeças das damas e nas mãos dos bispos os brilhosos anéis a reluzirem as almas, ainda, sangrentas e doentes que tanto buscam um lugar para estar...
Ai... Salvação alada, nas asas das fadas azuis e amarelas contra o sol de verão e de frio... Ai... Salvação real, nas marcas longínquas e próximas do dia-a-dia do mundo espiritual... Salvação normal...
E onde estão as casas velhas e arredias, os montes e outeiros de outrora? Onde escavaremos nossos alicerces para que possamos caminhar sobre pontes mais firmes do que as nuvens celestiais? Onde estão as pedras firmes e a argila moldante nas mãos do oleiro? Onde caminharemos para ter onde chegar? Nesse caso, apenas, se quisermos chegar a algum lugar...
Só não se deve esquecer, que se não quisermos, outros lugares podem se achegar a nós... Ai... Mundo feroz...
Mas essa são as eternas perguntas... "Não há nada de novo/ Ainda somos iguais"... E os poetas cantam as mesmas canções... E os olhos enegrecidos pelo tempo e enrugados pelas lágrimas, ainda persistem em maldições alheias... Ai... Canta que encanta as fadas azuis e amarelas... E quem sabe um dia, se desfaça o encanto e novamente possamos enchergar através da névoa o Sol lumioso no céu azul paixão... É, daquela Verdadeira Paixão... A luz que brilha além da cruz que se carrega...
Por isso, hoje grita-se aquelas outras palavras...
"Então não me chame
Não olhe pra trás"
"Vem, chuva de outono..."