Wednesday, January 17, 2007

CARTA DA BAILARINA AO MESTRE-SALA ALADO

*Às vezes é bom ser "dreamcatcher"... E à Sonhadora... Thanks... Lots of Thanks. For the stories and dreams... Thanks too for your trust and fidelity... Thank you Night Girl... * Ainda hoje acho incrível o quanto você mexe comigo. O quanto já mexeu e o quanto parece não tirar seus batedores prateados de dentro de minha alma, meu coração, meus sonhos. E fico como solo arado e os dias da minha vida ficam como terra (re)mexida, terra (des)medida, terra (des)mentida. E o aerado em meu sangue se (trans)forma dos sustos esparsos e de fantasmas passados em quartos escuros. E seus passos rápidos, ah, meu Mestre-Sala, se co(n)fundem com as asas dos seus pensamentos e corpo fugidios. E fogem e refogem de mim como as vagas do mar. Eis minha armadura, varão viril, minha amargura insensata, da tatuagem, também alada, que queria em costas minhas. Em minhas costas- encostas- oceano. Azul, verde, anil, gelado, frio, abril. E as águas além passadas de março (des)mancham as pálpebras de meus olhos que há tanto olham vãos, em vão, teu sorriso desperto, teu soluço incerto, tua fumaça infernal, meu pulmão invernal. Então, meu presente, que há muito eu queria, mil baquetas, baquetadas e bateria, no escuro mal-iluminado de minha sala, se esvae em soluços desvairados, em susto, saliva, malva, café, menta e estupro da minha resolução. Invades, Mestre-Sala Alado, a ala de minha casa que lhe tinha proibido, e no segundo indevido, me suplanta a libido e me presentei com a dor de sues lábios e, por isso, lhe firo com a lança de minha língua e lhe defendo com nossas palavras bravias e com o escudo de meus braços.