Friday, September 29, 2006

IN WHAT CARRY I THY SUN?

"E ele carregava os pães de maneira muito nobre..." Angyn, in 20/09/2006
E eu me pergunto o que mais tal cavalheiro faria de maneira tão nobre. Seria sua armadura de cavalaria brilhante ou negra? Seria seu andar sereno, bravio ou distraído? Seria ele de volúvel humor? Seria ele? Ser como existir, haver, estar... E os pães? Alimentariam apenas a ti? Teus pais, irmãos, filhos? Teus súditos, teu povo, como um rei generoso! Ai de mim! Ai de ti que lês a mim! Eu, pobre donzela ingênua! Nada sei sobre ti... Ai de mim! Pobre e inocente de mim!
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Carregas em teus braços os pães como em outrora carregarias a espada, que ainda hoje, em momentos de solitários, ergues em saudosismo...
Ó! Nobre chefe aristocrata! Compras tu o pão para tua morada? Tu mesmo alimentas a morada do teu espírito? Quem que não eu? Que não o pão de tua alma? Quem como eu?
Carrega então a MIM contra teu peito de maneira nobre e eu, que mais nobre ainda sou do que qualquer rei sobre a atual terra, enobrecerei ainda mais teu ser...

Tuesday, September 12, 2006

PORQUÊ E COMO

"Quem tem um porquê, enfrenta qualquer como." Victor Frankl, psicólogo logoterapeuta judeu, que viveu num campo de concentração nazista E qual é o seu porquê??? Qual é o motivo de sua existência??? Um momento de felicidade? Mas um momento é apenas temporário, rápido demais... E depois, o que será??? Criarás outro porquê? E para quê? Por que não um motivo mais permanente? Algo assim... Para sempre... Ou ao menos mais edificador do que trinta minutos em uma vida de oitenta anos... Mas por que seria feito isso, afinal? Para quê? Fazer crianças sorrirem faz bem para a alma... E sempre terão crianças precisando de cosquinhas... Fazer alguém se sentir bem é eficaz também... E sempre haverá pessoas precisando de palavras de suporte... Ai, ai... Mas não... O que quer o mundo??? Apenas o agora... Como se fosse só isso que existisse... Diz o ditado "Viva como se não houvesse amanhã." O problema é que na maioria das vezes HÁ amanhã, sim... E quem precisa parar de perguntar os comos somos nós e partirmos para a ação de porquês menos temporários... Porque se não, nesses trinta segundos entre os trinta minutos de felicidade e os próximos propósitos poderá vir o momento exato onde desistiremos de enfrentar o que se coloca em nossa frente...

Monday, September 11, 2006

CÍNICO

Se o teu sorriso ainda impregna meus sentidos é porque os sussurros em meus ouvidos ainda não se calaram... Estátua... Não, estatuária... Semente ao vento das percepções... Ouvidos mudos da cidade perdida de outrora... Onde estão os muros??? E a demora??? Se nada dizem e se nada calam... O que falam??? Serena e tranqüila no mar azul onde estão tuas raízes... Aí, sim... Repousa feliz o suspiro final do que sofre... Ai, serenata singela... Cobre tua cabeça com o manto dos teus dias de dor... E cada lágrima lava a impureza da poeira dos móveis do teu infinito... Ai, cristal... Brilha... Como o sol amarelo no céu... Espere que tua nave não esteja no lugar errado, na hora errada, no momento incerto do adeus... Tão oportuno o inoportuno, não??? E onde escondeste o qu evai mais ao fundo do teu coração??? Na cabeça, claro... Lugar em que ele não passa nem perto... Porque sabe-se que para se ter fé é preciso querer acreditar e acreditar querendo... Se só acredito porque quero não é suficiente... E por isso, como sou assim, deixo estar e sigo o que eu quer no momento mais incerto... Como é oportuno o inoportuno, não??? E você apenas ali, parada numa sala- de- estar, TV, sono e leitura... Toda parada e dura... Estátua... Calada e pura... Vendo tudo o que está para começar... Ai, nada mais perfura o silêncio, quando ele só existe porque não há mais nada para ser calado... O que foi mesmo dito??? SILENCIO!!! NO HAY BANDA!!! *às flores amarelas

Tuesday, September 05, 2006

INTENSE

"When I think of it... all these years... but for me... where would you be..." Samuel Beckett, Waiting for Godot (play) Sonora é a gargalhada do destino... E Murphy que não se cansa... E eu que colaboro com cada plano malévolo que ele traça para mim... Mas quem não quis assim??? E ainda me perguntas o porquê de tantas perguntas... E a cada segundo que morre do tempo, como células no corpo, uma nova dúvida ressurge... Será que você...??? Creio que não... Espero que não... E já choro pelo invitável que tanto amo... E você, amas ou apenas escondes o rosto naquela neblina cerrada e montanhosa??? Quem você acha que é??? E o som daquelas palavras lidas ainda ressoam nos ouvidos sensíveis dos teus olhos... E a resposta que deste ainda escondes do mundo por saber que, se soubessem, nada concordariam... Mas e daí??? Ninguém sabe tudo... Talvez, fosse isso que faltava naquela corrente decadente daquele tolo comportamento... Talvez, assim eu consiga meu título, como Santa Clara, Santa Isabel, Santa Joana, Santa Catarina... Talvez, depois de muito tempo reconheçam minhas táticas e santifiquem-me... Não... Não quero ser santificada... Acabei de me lembrar que não mereço... E você quem acha que é para querer se meter nesse julgamento... Minha vida... Meu espaço... Nada perpétuo entre nós... Mas sei que te preocupas e que sofres por meus domínios escangalhados... Sei que ouves minhas dores como sempre ouviste... Ai de ti, cara amiga... Ai de ti solidão... Só ti há de entender... Ou melhor, aceitar minha decisão... Talvez nem... Mas sei que calarás tua dor por minha alma... Ai, sei que dói por teus pudores... E chego a pensar... E se fosse ela a falar... Mas calo... Não quero ouvir... Só sentir... Talvez assim, minha dor e angústia se vão... Para sempre... Já não agüento mais tanto que foi feito... E você ainda vem e chora pelo meu pescoço... Minha cabeça... Meus cabelos... Agora sabes que da próxima vez que me vires chorar será culpa tua... Mesmo que tente pensar que ninguém chora pelo outro mais do que por si mesmo... Mas saibas... Ai, doce protegida... Onde mora teu coração... Ou então, entregue-o em minhas mãos para que eu possa guardá-lo junto aos meus tesouros... Pois assim, quem sabe, não pára tua dor e tua perdição... Não te entregas não...