Friday, September 21, 2007

AS 3 DAMAS

Falam as Moiras, as 3 Damas Destinantes; Fia, Tece e Corta! Falam as Moiras! A elas uma quarta dama pergunta como fiar seu fio. E as 3 respondem em uníssono: - Fia, m'ia f'ia! Fia! - E com se fia? - pergunta a quarta. - Só fia... - Eu penso que devo... E dizem as 3: - Não pense... Fi'a... Faça! E a quarta já angustiada, cega, cansada, grita afobada: - Falem uma de cada vez!!! - Pra quê? Pra quê? Pra quê? Se temos o mesmo a dizer... - Pra eu saber... - Saber o quê? - falam as 3. - O que faço... Como eu fio? - Fie, m'ia f'ia... fia... - O que eu faço!? E as 3 Damas Destinantes respondem exatamente o mesmo: - Deixe o fio fiar-se... - Deixe o fio fiar-se... - Deixe o fio fiar-se... *às minhas 3 D.D.'s. Valeu!!!

Saturday, September 15, 2007

ROSA E(M) BOTÃO

Quero flores e poesia. Uma noite simples em magia e som. Quero versos de morte e de dor. Quero o deserto infinito do desconhecido estranho. Quero uma suave melodia e uma tarde ensolarada. Quero as cores mais nubladas possíveis de encontrar.
Quero um colar e um trapo. Quero o colarinho e a manga. Quero o hardcore, a serenata e o MPB. Quero o riso. Voz. Balanço. Quente. Frio. Louco. Morto na encosta enlameada.
Quero o singelo, o monstro delicado, o seixo.
Quero a floresta, o grito, o toque.
Quero mais tempo e menos estado. Mais branco e menos azul.
Quero as flores esquecidas e as cordas do violino.
Quero as teclas do piano e os acordes do violão.
Quero pétalas disformes pelo chão e lençóis.
Quero medo no fundo dos olhos e mãos trêmulas.
Quero a dúvida que traz a melhor certeza. A morte que pode trazer vida.
Quero uma noite infinita nos dias mais claros em mim.
Talvez eu apenas queira assim.

Friday, September 14, 2007

A MÚSICA

Quando a última nuvem (des)cobriu o céu, ela se escondeu.
Se escondeu de todos os sonhos que já tinha sonhado e de todas as oportunidades que já tinha vislumbrado. Sem saber o porquê de ter feito aquilo tudo. Sem saber em que lugar se esconder. Ou por que queria se esconder.
"Você também quer se esconder?" "VEM!!!"
Aí, as luzes se apagaram e não se viu mais as nuvens de antes. Tudo era claro como uma noite de lua nova. Um passado (des)feito em uma terra (in)satisfeita. Se tivesse conquistado o que queria, nada mais poderia ter além daquilo. Seria possível tal clareza em uma mente tão inexplorada.
Se a nuvem já não estava mais lá, o que ainda provocava as gotas quentes de chuva em sua face? Haveria chuva sem nuvem? Quem sangrava então? O sorriso amigo inamigável ou as terras da Irlanda? Onde chegar quando não se tem de onde partir?
E então, a pequena, olha para a luz distante e diz:
"Toque piano pra mim..."