Thursday, November 02, 2006

LÍNGUA DE ÍNDIO (2ª parte)

Boca de Luz, desculpe vir lhe atrapalhar o sono, mas o Sol já vai nascer... O feiticeiro me mandou chamá-lo para o ritual do viajante... Ele precisa que você esteja pronto para a primeira comida... Anda logo... Vai ter festa para você... Eu? Intrometida??? Claro que não, só estou fazendo minha parte como boa anfitriã... Mas prepare-se logo... O que você está esperando??? OK... Já estou saindo para você se arrumar... Até que enfim... Eu estou sentada aki a quase um ciclo Sol... Para eu não exagerar??? Mas não estou exagerando... Eu sei que o Sol nem veio olhar a gente ainda... Nem apareceu no horizonte... Que isso!!! Claro que eu tinha que lhe esperar para levá-lo até o feiticeiro... Não foi tanto incômodo assim... Só que a espera me deixa gente tigre faminto... Vamos... Todos estão nos esperando... Não precisa se preocupar... Lua grande já vai acabar... Só mais dois ou três brilhos Sol, logo meu pai estará aqui... (...) E então? Aproveitou o ritual... Sempre ficamos contentes com visitantes por isso... Creio eu que as outras moças da tribo ficaram muito contentes com sua presença aqui... A curiosidade está fazendo com que todas elas pareçam cachorro-do-mato com cheiro de carne... Estão ficando com espírito perdido em floresta estranha... Eu??? Claro que não... Não cabe a mim querer saber o que tão belo índio veio fazer aqui... *Espero que ele não perceba o adjetivo que sem querer juntei à pessoa dele* Por que está rindo??? Há pena ou terra em meus cabelos??? Não??? Então, o que foi??? Minha boca está suja de veio-cã, é isso??? Foi o que eu tomei durante a festa... -Eu tiro, pode deixar... Não sei... Está bem, pode tirar... Vai ser difícil para eu tirar sozinha mesmo... Não conhecia esse jeito de tirar mancha de veio-cã... **Para Yne: Respondendo sua pergunta de sábado à noite: Bem interessante sim, essa língua... E muito talentosa... :)

1 Comments:

At 3/11/06 1:18 PM, Blogger ANA FONSECA said...

a partir de agora, acho que vou avisar: olha, eu sou assim e funciono assim. e eu gosto assim. e disso eu não abro mão. e eu quero atenção, respeito, carinho. eu quero pensamentos doces feito sonhos da padoca. e eu vou querer, também, beijo de boa noite. um 'oi' da sua voz na linha, todo dia. é, todo dia. eu quero um sinal. manda uma estrela brilhar mais no céu. vem na minha janela e joga uma pedrinha. eu quero assim, que nem antigamente. eu vou avisando, eu quero muita pureza. eu quero uma trilha sonora. pra quando você me beijar, o pé esquerdo levantar que nem nos filmes. eu quero que você me olhe nos olhos. e que a gente dê as mãos e saia por aí. é, pra todo mundo ver. eu quero que o mundo veja sim. e que os seus olhos brilhem como os meus. eu vou dizer logo, tem que ser apaixonado. e o coração tem que ficar apertado se você não me vê. e a saudade tem que ter gosto de ponta de faca. tem que se entregar como eu me entrego. tem que ser bonito, grande, cheio de poemas e melodias. eu não quero menos. e menos não vou aceitar. tem que ser meu porque eu vou ser sua. um do outro, hoje e amanhã. tem que ser presente. tem que ser da gente, eu vou logo avisar. porque, se não for desse jeitinho, vai ser dor. e, de dor, já cansei. quero só sorriso. os meus, os seus, os nossos. mas tem que ser assim. com beijinhos de esquimó e apelidinhos. e a ânsia do final de semana batendo na gente. só a gente. eu, você e o sol lá fora. tem que ser amor de índio. puro, simples. tem que ser só meu e seu e pronto. do meu jeito. que vai ser o seu jeito também.
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seja você quem você for. eu vou ficar esperando. pra ser do jeito nosso. só nosso.

 

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