UM INVERNO DE PRIMAVERA
Com sua partida veio o frio intenso. O frio que em mim já habitava antes de você aparecer, retornou com força total quando você se decidiu por ir embora. Os mares de meu corpo congelaram como os mares nórdicos. As minhas veias se tornaram pedra por onde o sangue, também frio, não corre, arrasta-se. Denso em consistência, ralo em profusão.
A jornada itinerária e nômade não descansa e o sopro do vento do Norte não se cansa de mim. Não tenho lágrimas, tenho flocos de neve. Não tenho sorrisos, tenho estátuas cristalizadas no veio do tempo. Tenho costumes, não fantasias. Tenho a mim, e a mais nada.
E o sol que brilha não aquece. E as nuvens não desaparecem. E a cidade parece enlouquecer entre ventos e cascatas de cristal líquido. Não há mais nada, não há mais verdade, não há mais destino. Só há o frio incessante, que não some, daqueles que estão na primavera e não a identificam no clima.
(Para minha amiga que veio pra Terê e quase congelou nesse feriado. Valeu por não me deixar incendiar. XD)
1 Comments:
Tá vendo? Isso que dá morar numa cidade que sai água de gelo em vez de água de temperatura suportável pelo chuveiro... mas pode deixar que quando fizer muito frio aí, eu vou levar pra você um sopro morno de acalento, tá? Anytime :)
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