Friday, April 25, 2008

SEXTA-FEIRA

Quando o tempo já não fala mais em seus ouvidos e os sorrisos já parecem estar tatuados em seu ser, nada mais nos cabe fazer a não ser aceitar o inevitável. Há imagens que ficarão para sempre gravadas a ferro e fogo em nós: na mente, nos sentimentos, na pele, no cheiro.
Há certeza de que a (in)certeza muitas das vezes é mais eficaz do que um absolutismo exacerbado faz com que as pernas vacilem a cada passo na direção que sabemos certa. É como se andássemos sobre gelatina ou geléia... Como se cada palavra fosse casaca de ovo ou se cada exalada de ar fosse o último respirar. É como se misturássemos duas substâncias voláteis e inflamáveis em um mesmo recipiente e acendêssemos um fósforo só para saber como é sentir uma bomba explodir bem perto de você.
Assim, as imagens inevitáveis permanecem. E bem quando se acreditava que em um equilíbrio exato seria mais fácil andar sobre a corda-bamba, descobre-se que não há essa história de equilíbrio exato ou perfeito... Há apenas tentativa... E que a vida será sempre uma corda-bamba e que cada um de nós será sempre equilibrista tatuado pelos outros. Mas sabe-se que é melhor isso do que viver com os pés no chão...

2 Comments:

At 26/4/08 11:50 PM, Anonymous Anonymous said...

o grau de força do abraço do que é incerto machuca enquanto intenso, as lágrimas podem ser uma manifestação líquida da dor, mas adormecem as cicatrizes...

devido à minha fraqueza como ser humano, ocasionalmente eu me pergunto se levitar ainda que na corda-bamba é melhor do que estar com os pés no chão... e por mais que a boca da vida vomite sons inteligíveis pra mim, eu insisto em perseguir um caminho que me possibilite a expansão não só dos meus horizontes, mas de mim mesma também

A vida não é feita somente do que desejamos que aconteça, mas também de como as coisas devem ser e de como podemos tentar aprender com as que não deveriam estar lá... mas estão. estiveram. estarão.


vc é muito puxa-saco dos meus textos, mocinha ^^
digo que esse me fez refletir, gosto muito quando textos incitam inferências diversas e foi exatamente isso que senti nesse :)

 
At 12/5/08 8:51 AM, Blogger ANA FONSECA said...

com a cabeça nas nuvens e os pés no chão, acredito, ser melhor viver. sonhando sempre, mas sem esquecer do que nos prende. porque, admitamos, algo nos prende. e algo que nos prende nos lembra de quem somos e de onde estamos.

 

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